domingo, 24 de junho de 2012

Apreensão de moto cresce 400% em SP

Olá!

O cerco contra as motos está se apertando em São Paulo. Estatísticas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram que o número desses veículos apreendidos na capital aumentou cinco vezes nos últimos dois anos, superando, pela primeira vez, o de carros rebocados. Foram 34.513 em 2011, contra 6.468 no ano anterior. A explicação do órgão de trânsito para o movimento é a intensificação das blitze da Polícia Militar com foco nas motocicletas.

Os bloqueios, iniciados há quase um ano, têm acontecido diariamente, e são feitos pelo Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) e por batalhões espalhados pela cidade. As autoridades afirmam ter dois objetivos com a operação, denominada Cavalo de Aço. O primeiro é reduzir a quantidade de ocorrências policiais envolvendo motos, em crimes como os da “saidinha de banco”. O outro é ampliar a segurança viária.

Isso porque, nos últimos anos, as motocicletas foram o segundo grupo de veículos que mais estiveram em acidentes fatais na cidade, perdendo só para os carros. Proporcionalmente, porém, a participação delas nesses eventos foi muito maior. Em 2010, por exemplo, os automóveis, que representavam 73% da frota da capital, se envolveram em 48% dos atropelamentos com morte. As motos, 12% do total de veículos, em 25%.

De acordo com o capitão Cleodato Moisés do Nascimento, porta-voz do Comando de Policiamento da Capital, aspectos de manutenção das motos também são averiguados nas blitze. “São coisas como pneu careca, placa ilegível, falta de retrovisor e licenciamento do veículo.” Ele diz que irregularidades assim respondem pela maioria das apreensões. “Elas têm um caráter administrativo.” A menor parte dos reboques ocorre por a atitudes criminosas, como o transporte de armas no baú.

O diretor administrativo da CET, coronel Luiz Alberto Reis, confirma. Segundo ele, 60% das irregularidades encontradas entre os motociclistas abordados são de falta da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “A moto é apreendida, e só pode ser retirada se aparecer alguém habilitado.”

Os veículos são levados para dois pátios: na Praça Alberto Lion, no Cambuci, zona sul, e no Aricanduva, zona leste. Eles estão lotados de motos. A CET divulgou que as zonas sul, leste e norte são as que registram mais apreensões.

Nascimento e Reis dizem que a operação já tem surtido efeito positivo, com a redução dos crimes em que há participação de motos. Mas ainda não têm dados para apresentar indicando essa queda.

Divergência
O que acham os motoqueiros dessa fiscalização? Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo (Sindimoto), defende a iniciativa. “Tira motos irregulares que poderiam levar a acidentes. É também um jeito de disciplinar o uso da moto.”

Já o motoboy Renan de Oliveira, de 25 anos, reclama que desde o ano passado tem sido parado frequentemente, e que isso atrasa seu trabalho. “A gente escapa quando dá. Pega até contramão.”

O eletricista Francisco da Silva, de 41 anos, foi parado três vezes no último trimestre. “Mas me sinto mais seguro. Se fosse parado todo dia, não me incomodava.”

Fernando

Fonte: Apreensão de moto cresce 400% em SP. CAIO DO VALLE e FELIPE TAU. Jornal da Tarde, disponível em http://blogs.estadao.com.br/jt-seguranca/apreensao-de-moto-cresce-400-em-sp/, acesso em 23 de junho de 2012, às 17h20

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