sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Meio de evitar acidentes ou atitude discriminatória? Motoristas profissionais serão obrigados a realizar exames toxicológicos



Olá!

Extremamente questionado por toda a comunidade médica e pelos órgãos ligados aos transportes, o fato de tornar obrigatório o exame toxicológico para os condutores profissionais, que entra em vigor no mês de março como uma das condições para a renovação das Carteiras Nacionais de Habilitação nas categorias C, D e E é tida como um meio eficaz na redução dos acidentes e do tráfico de drogas nas rodovias.

O procedimento, que será realizado a partir de algumas amostras de unha ou de cabelo, atestará se o motorista fez uso de drogas em um intervalo de 90 dias. Este exame também se fará necessário em exames de admissão ou de demissão nas empresas. Aquele cujo exame acusar o uso de rebite, cocaína ou qualquer droga que é corriqueiramente consumida por alguns dos profissionais da área, será proibido de exercer sua profissão pelo intervalo de três meses.

“A expectativa é que o exame também contribua para diminuir o tráfico de drogas, já que muitos caminhoneiros se tornam dependentes e passam a pagar suas dívidas com transporte de drogas. Isso explica o aumento das apreensões das polícias rodoviárias de grandes quantidades de drogas em carretas”, afirma um dos coordenadores do programa SOS Estradas.

Nos Estados Unidos foram realizadas experiência bem-sucedidas, um transportadora de grande porte adotou o procedimento e como consequência diminuiu para zero o número de condutores que fazem uso de entorpecentes.

Este exame é tido também como uma ferramenta para coibir a concorrência desleal; muitos condutores, para conseguirem acumular jornadas de trabalho mais longas, apelam para o uso dessas substâncias ilícitas, tirando assim a oportunidade de frete para outros profissionais.

“Quem respeita a jornada do motorista e não exige viagens absurdas também é prejudicado por empresas que exploram seus motoristas, mesmo sabendo que vão ter que recorrer ao rebite e até cocaína. Por outro lado, a exigência do exame vai estimular a busca de tratamento dos motoristas que já são dependentes. Algumas coletas recentes feitas com motoristas que transportam produtos perecíveis já detectou que cerca de 30% a 40% dos examinados já são dependentes de cocaína, ou seja, viciados que somente tem condições de recuperação com tratamento e, na maioria dos casos, internação”, ressalta o especialista.

Para a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), que critica a realização do exame toxicológico, a exigência é um processo discriminatório e inviável.  Os membros da associação dizem que não há evidências científicas que provem que a partir de amostras de cabelo consiga se provar o uso de entorpecentes no intervalo de 90 dias.

Fernando

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