Olá!
Durante o ano passado, 17.512
motoristas foram autuados na área urbana de Marília-SP. Destes motoristas, 720
conseguiram recurso no Jari, o que torna o número de multas efetivas por
desrespeito à legislação de trânsito 16.792, distribuídas entre cidadãos de
Marília ou visitantes. Apesar do volume de autuações do município ter uma média
de 1.400 multas ao mês, isso ainda se configura como um número cinco vezes
menor que o de Bauru — com suas 10.000 multas por mês — ou três vezes menor que
o índice de Araçatuba, São Carlos, Araraquara ou Americana, cidades em que são
emitidas 5.000 multas por mês. Estas informações foram obtidas através da
Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e da Empresa de
Desenvolvimento Urbano de Marília (Emdurb).
De acordo com os órgãos de
monitoramento, isso tem como reflexo o aumento expressivo do número de
acidentes de trânsito na cidade, especialmente os que têm vítimas com lesões de
leve a grave e os que resultam em mortes. Em 2015, houve o registro de 1.516
ocorrências de acidentes com vítimas e 26 de acidentes que terminaram em
mortes. Isso ocorreu em uma área com 220 mil habitantes, 110 mil motoristas
habilitados e cerca de 160 mil veículos que circulam diariamente.
O diretor-presidente da Emdurb
crê que o grande volume de autuações não ilustra a qualidade da segurança do
trânsito no município, mas que os tipos de infrações mais aplicadas demonstram
essa natureza. De acordo com ele, a cidade apresenta fiscalização insuficiente
para atender a demanda gerada pelo tráfego e a quantidade de veículos em
circulação.
Não existe uma equipe ou
agrupamento de trânsito da Polícia Militar no município e o Gaoc (Grupo de
Apoio e Orientação à Cidadania) possui apenas 15 agentes. A Polícia Militar
possui convênio para fiscalizar e autuar dentro da cidade, porém não tem um
batalhão próprio para que seja criado um gerenciamento de trânsito na área
municipal, o que é uma reivindicação que inclusive já foi feita. Estima-se que
seriam necessários ao menos 45 profissionais para que o Gaoc possa atuar de
forma adequada. É possível citar o exemplo de Bauru, que possui não só agentes
municipais, mas também um Batalhão de Trânsito constituído por 50 policiais
militares.
As cinco infrações mais
cometidas, apontadas como as mais primárias e perigosas para que se incorra em
acidentes, são: uso de celular, a não utilização de cinto de segurança,
infração com veículo de empresa, estacionamento em local proibido e conversão
irregular à esquerda.
De acordo com a Emdurb, no
momento só é possível flagrar erros de imperícia e imprudência identificados
por agentes e policiais. São necessários equipamentos eletrônicos para coibir
excessos de velocidade com o risco de autuação, o que facilita o gerenciamento
do trânsito, apesar do inconveniente gerado para os motoristas autuados. No
momento, a prefeitura conta com cerca de 130 de equipamentos para monitorar a
velocidade, os quais estão distribuídos por mais de 20 pontos do perímetro
urbano.
Atualmente, a Emdurb e a Polícia
Militar têm adotado uma abordagem mais tolerante com infrações leves,
preferindo orientar os motoristas a autuá-los. Infrações graves, no entanto, a
autuação é imediata. Neste ano haverá maior rigor na fiscalização,
principalmente na área central.
Algumas infrações mudaram de
classificação, como o estacionamento em vagas para idosos ou deficientes. Antes
considerada uma infração leve, agora é considerada grave, o que aumentou a
multa para R$ 127,60 e cinco pontos na carteira. A regra também vale para
estacionamentos de shoppings e supermercados. Por conta disso, fica o alerta
aos condutores de veículos para que se atenham a esse detalhe.
Fernando
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